8.1.08

Paris, Texas

Incrível a densidade deste filme. Da atuação aos personagens, é uma trama que desliza por um cenário árido e colorido, num embalo muito próprio. Quase dá pra pegar.

O filme trata de uma outra solidao, a meu ver. Não é da solidão de Travis que se trata. Para mim fica marcada a solidão de cada um. A solidão de todos. O silêncio com que muitas vezes são marcadas as relações... os intervalos.
E o filme vai além. Não há uma novidade dos tempos apresentada ali.
Gosto da idéia de algo recortado, ao mesmo tempo cadenciado. Os diálogos são imperdíveis e a cada piscar de olhos, a sensação é estar diante de belas imagens, recortadas. Fotografias?

Impressionante como aquele sujeito dá conta da loucura dele. Agora sim me refiro a Travis, o personagem central - se é que é possível/ preciso encontrar ali um centro. Entrelaçadas, as pessoas parecem desorientadas.
Mas tem algo que o retorno de Travis marca na vida de cada um: é preciso se posicionar. Diante do desejo, diante daquilo que é possível e do impossivel tambem, não?

Incrível como este pai mantém uma distânica exata do filho, que dá um show no filme.
Um show sobre o amor e sobre o desejo. Ele sabe o que quer, mas precisa de um conector e, aparentemente, é este mesmo andarilho solitário que virá abalar as estruturas. Ou colocá-las em seu devido lugar.


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