16.1.12

"Meu eu brasileiro

quisera poder pensar
como se faz no velho mundo
eles me querem espelho
como se não tivesse mistério
essa minha falta de assunto"

Leminsky

10.1.12

do livro Flagrantes do tempo

"reclamei do vazio
ele me abandonou
cada metro do dia
encheu-se de ninharias
mais ou menos ocupantes

até que nas entrelinhas ele voltou
ele, o vazio, fiel companheiro
parceiro das linhas tortas
noites amarrotadas
e dias sonolentos

senhor das horas inteiras
culpado pelos piores momentos
o vazio é hoje o espaço que me sobra"

Luciana Tonelli

atualizando...

Folheando a Trip digital, a convite da capa linda com a Luana Piovani, encontrei umas pérolas. Entre elas, Zé Celso Martinez e também Criolo.
Cada qual, a seu modo, me encantando...

Zé Celso:
"(...) a arte é mais excitante que o crime. Talvez essas pessoas sejam as mais próximas da arte, as mais desesperadas, que não encontram mesmo lugar neste mundo. Você trabalhar com arte no sentido radical é uma coisa que pira. Precisamos colocar essas pessoas em espaços onde elas possam criar, colocar pra fora suas angústias. Que recebam cultura de vida. O que motiva você? O maior motivo de tudo é sempre o tesão. A gente tem uma tendência ao outro, uma tendência a procriar também... Sejam filhos carnais ou objetos, obras de arte, que são como filhos... Esse teatro, é como se eu fosse o bisavô dele. O padre Vieira disse uma frase muito bonita: “Só existimos quando fazemos. Quando não fazemos, somente duramos”."
Paginas negras, 10/2011

e o Criolo... ahhhh... o Criolo:
"Quando eu falo que “Não existe amor em SP”, é mais ou menos isso. O amor tá naquilo que as pessoas têm vergonha de ver, na delicadeza. Não na cidade, nas prioridades do sistema."
...
"Eu não leio muito. Li 3% do que minha mãe leu. Tenho dificuldade. Não sei tocar um instrumento musical, sou péssimo em matemática. Eu só tirava nota C. Não ia muito bem na escola, mas ia muito bem em me relacionar com as pessoas, meus amigos. Mas é que não conta relação humana no currículo. Eu aprendi em casa a importância disso. Tendo exemplos de sensibilidade, de muita solidariedade, de carinho com os outros. E aprendi assim a ver que a gente é mais do que o que está posto pela sociedade."
Aqui.

Ai, ai...

Que venha 2012