30.4.10



Um viva as restaurações da obra do Profeta Gentileza - que começaram hoje - nas ruas do RJ
eu amo o bruno mazzeo. é a unica pessoa da tv brasileira que me faz rir facil hoje em dia.
para quem também gosta, fica aí um texto do blog dele sobre as ditas celebridades e sobre exposição, e sobre falta de noção, e este ambiente em que toda a sorte de ciladas compoem o dia a dia

"Escrito em:22/2/2010

ALGUÉM FALOU DO QUE OUVIU DE ALGUÉM QUE OUVIU DE ALGUÉM QUE DISSE TER OUVIDO ALGUMA COISA SOBRE MIM

Não sou de escrever carta pra jornal. Não tô falando de carta pra “seção de leitores”, isso já fiz muito, antes da invenção do blog. Digo que não sou de escrever carta para rebater alguma coisa escrita sobre mim. Não que nunca tenha tido vontade, mas a preguiça é maior, o valor que eu dou é menor, então fica por isso mesmo. A única experiência da qual me recordo foi essa. Uma frase dita durante uma palestra na PUC que, colocada fora do contexto, me deixou numa situação indelicada com o colégio onde estudei parte da adolescência. Pelo carinho que sinto pela instituição e em nome dos bons tempos, fiz questão de me retratar. Escrevi um texto aqui mesmo e falei com o jornalista que, gentilmente, escreveu nova nota corrigindo. Mas em relação a fofocas, notícias (mesmo que às vezes incompletas ou falsas) e – muito menos – criticas... não. Faz parte do jogo. Já fui elogiado, já fui criticado, já concordei, já discordei... Tô na chuva pra me molhar.

Tenho, inclusive, um relacionamento super respeitoso – para não dizer simpático – com a imprensa. Mesmo que me veja aqui ou ali em situações que eu nem considero notícia, fico amarradão por estar tendo espaço em veículos por mim admirados como Rolling Stone e Playboy, cadernos de cultura de jornais, etc, além dos próprios veículos, digamos, mais “populares” (botei aspas pois não tenho certeza do rótulo com os quais são classificados). Amanhã, por exemplo, estarei recebendo o pessoal da Quem para responder às perguntas dos leitores. Isso tudo, claro, desde que eu esteja num momento de “ter o que dizer” em relação aos trabalhos e a carreira, como é o caso agora. Vamos dizer que “me dou bem com os jornalistas e com a imprensa”. E acho que a recíproca é verdadeira.

Porém... ah, porém...

Sábado ultimo uma repórter me perguntou algo tipo “como você está se sentindo agora que é uma celebridade?”. Não exatamente com essas palavras (agora não vou eu distorcer!), mas a ideia era essa. Perguntou como eu me sentia agora que vinha sendo fotografado na noite, na praia, e aquela coisa toda. Aproveitei para responder algo parecido com o que escrevo agora aqui. Dessa vez, lógico, muito mais detalhadamente.

Tá preparado? Então vamos lá:

Eu não sou uma celebridade! Sou um artista. Por mais clichê que isso possa parecer para um leigo. Vamos parar, jornalistas e leitores, de confundir as coisas. O título “celebridade” deu uma desvirtuada e alguma coisa ficou fora da ordem. Celebridade é Paris Hilton, só pra dar um exemplo. É Ângela Bismarchi. Não vamos confundir o cara ser famoso ou ter um trabalho público com o cara ser uma “celebridade”. Pode até ser que tenha sido essa a ideia quando a palavra foi criada. Então que façamos a diferenciação o mais rápido possível.

Não estou aqui criticando as pessoas citadas, até porque muitas delas me divertem. Vez ou outra escrevo posts ou brinco no Twitter, leio o Ego, acho que algumas pessoas são realmente curiosas e/ou engraçadas, como, sei lá, Narcisa Tamborideguy, David Brazil, alguns ex-BBBS, em outros tempos Chiquinho Scarpa, sei lá mais quem. Temos muita gente que cumpre bem sua função de celebridade. Só estou dizendo que eu – Bruno, também conhecido pela alcunha de Bruno Mazzeo - não sou um desses. Talvez até seja esse o motivo de eu me constranger. Falo por mim porque o blog é meu. Na verdade acho que artista - agora que mudaram a definição - não é celebridade. Madonna, antes de ser "celebridade" é uma artista! Uma profissional e tanto! Já Jesus Luz...

A verdade é essa – e eu disse pra repórter - que me sinto constrangido a cada vez que me vejo nessas situações. Não fico exatamente puto, indignado, porque estou aprendendo a conviver com isso e o papo aqui não é “minha imagem” e patati-patatá. Fico envergonhado simplesmente porque acho cafona. Alguns colegas gostam, outros estão cagando e andando, eu simplesmente fico envergonhado. Espero que nunca me vejam fazendo o dedinho pro paparazzo, apesar de não criticar quem faz. Mas não tenho como deixar de achar patético – por exemplo – aquele gordinho que fica filmando e provocando os artistas, acho que no SuperPop. E falo sem birra, porque nunca fui “vítima” dele. Aliás, nem sou dos mais “vigiados”. Pelo contrario, sou peixe pequeno nesse cardume do Sushi Leblon. Na salada do Celeiro eu seria no máximo um tomatinho cereja.

Não me incomodo e nunca me neguei a tirar foto quando estou em algum evento, show, porta de festa. Mas acho desagradável, sim, ver foto do meu filho, tirada de longe, às escondidas. Não acho justo. Ainda mais se tapam os olhos protegendo os “de menor” que se envolveram em crimes. Será que os jornalistas das páginas policiais são mais respeitosos? Não acho que seja por aí. Porque já fui fotografado num shopping, meu filho com o uniforme do colégio e eu fui dar um toque no fotografo, o alertei do risco que isso seria no mundo violento que a gente vive. Ele entendeu, a foto foi deletada e nunca publicada. E nada saiu. E nada mudou na vida de ninguém. O mesmo que acontece quando o fotógrafo não é visto e a foto sai. Nada muda, porque esse tipo de coisa não acrescenta à vida de ninguém.

Dia desses li a noticia de que Dani Winits tinha vencido alguma causa (não sei detalhes) contra algum fotógrafo. No mesmo dia vi uma entrevista do Pedro Cardoso no “Sem Censura”, da Leda Nagle, onde ele se mostrava radicalmente contra todo esse circo. E no meio do seu discurso, uma frase que me chamou mais atenção: “Sair no site que eu caminhei na praia com minha filha não faz um país melhor”.

Coincidentemente Pedro citou como exemplo de coisa que – esta sim! – poderia acrescentar culturalmente: o tal ciclo de palestras/debate do qual participamos juntos na PUC, o tal da minha frase truncada sobre o colégio. Um evento desse porte só numa coluna de um jornal. Bem menos do que a ida da Nana Gouveia à praia semana passada.

Pois eu já ia escrever sobre a questão celebridade x artista quando tudo se juntou: a fofoca x as frases colocadas fora do contexto.

Todo esse meu blá-blá-blá, minha ideologia verbalizada para a repórter, foi resumida a uma única frase. Uma! Ou nem isso: um trecho dela. E – pior! - colocado num site junto a uma fofoca já old fashion, e sobre a qual jamais comentei ou vou comentar. Fiz todo um discurso, mostrei minha posição em relação a uma situação como um todo e usaram ilustrando um fato específico! Fato que sequer chegou a ser comentado por mim ou pela repórter!

Não que eu esteja magoado, negando, confirmando, especulando, longe de mim. Nem que queira dar alguma opinião sobre esse ou algum outro fato. Mas acabou servindo. Foi melhor me inspirar nesse exemplo ralo, que nada interfere na minha vida, do que esperar alguma coisa que realmente me deixe em maus lençóis. Já soube de colegas que deixaram de se falar por causa de uma nota mal colocada. Ou uma colocação mal notada. E eu não quero passar por isso. Gostaria muito que quando dessem um Google no meu nome viessem materias sobre meus programas, filmes, peças, livros...

Não é um discurso radical, não é uma coisa emblemática, não quero liderar movimento algum contra alguém, nem criar inimizades. Juro! Já passei da fase de reclamar que o TV Fama foi cobrir a estreia da minha peça e só falou do cantor que apareceu pra assistir com a nova namorada. Rancor zero. É apenas uma coisa que está aqui dentro e, se alguém tem que falar de algum sentimento pessoal, que seja eu mesmo. Posso até falar sobre isso em público. Mas quando eu quiser. Artistas e esse tipo de mídia podem até precisar mesmo conviver. Mas talvez seja hora de discutir a relação.

Aos meus leitores e (possíveis) fãs, posso garantir que jamais vão me ver pagando mico, tipo fazendo um tour pela minha casa, nem tomando champagne na banheira, nem posando com um poodle no jardim. Repito: nada contra quem faz. Até me divirto vendo. Só não faz parte do meu show.

Um dia eu vou na Marília Gabriela e aí vou poder falar mais sobre isso.


PS: O título foi tirado de uma música do Paulinho Moska. Um de quem a imprensa poderia falar mais."

Bruno Mazzeo - que vai mesmo na Marilia Gabriela esta semana
ah, e o rui e a vani ainda me fazem rir também. rsrs

28.4.10

ultima

"A mulher não decide tudo de uma vez, mas nunca deixa de decidir. (...)"
fabricio carpinejar
"Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo."

Fabricio Carpinejar
"Quando minha namorada toma iogurte, não aceita que acabou.

Raspa a superfície com a colher, gira pelos contornos, arremata as sobras da tampa. Confesso que me enerva um pouco, como alguém pressionando o botãozinho da caneta sem parar.

Sua investigação não termina com os dedos. Coloca sua pupila no interior da embalagem, tal luneta. Faz um bigode nos cílios. Sua aproximação é extravagante. Já temo que vá diminuir e sumirá de repente pelas bordas.

O caso é que ela não confia na aparência, precisa conferir; olhar por dentro à procura de um fundo falso. Toda manhã é igual. Nem com parede de plástico, se aquieta. Continua fuçando.

O que me põe a concluir que Cínthya é muito diferente de mim. Incrédula. Totalmente cética. Ardo de ansiedade e ela esfria a conversa em desconfiança. Estarei constantemente me antecipando e ela compreenderá a antecipação como cobrança.

Não tem jeito, Cínthya odeia ser pressionada, eu odeio que não me dê resposta na hora. Qualquer ato de delicadeza e entra em pânico, prevendo meu controle da retribuição. Qualquer indelicadeza e entro em pânico, com medo de sua incompreensão.

Mesmo quando reajo impulsivo, articula uma lógica maldosa por detrás da atitude. Ela me considera tão maquiavélico que me sinto ingênuo.

Não se entregam fácil essas mulheres de Constantina. Ela não deseja nem ficar muito junto para não sofrer. Supõe que será enganada. Seu modo de se defender é me espantar. Às vezes consegue.

Diz que não sou o centro do seu mundo; pois não entende que não quero ser o centro do seu mundo, e sim seu bairro mais populoso.

Chega a afirmar que tento dominá-la, imagina?

Pior que é verdade, tento dominá-la, mas com toda elegância.

Sabe o que me irrita sinceramente no iogurte? Dificilmente ela concorda comigo, obcecada em preservar sua independência. Existem momentos que nem eu concordo, sem problema. Mas sempre? É demais, não consigo respirar, volta minha asma. Vejo que estou puxando a coberta para o meu lado, a cena pode significar o contrário.

Talvez raspe a tampa e analise o interior por excesso de esperança. É como se me admirasse do outro lado reparando em sua rima labial.

Vem a sensação de que ela seria a minha letra caso escrevesse com a mão esquerda. Não se contenta com o que é permitido, intensifica o barulho da colher como uma extensão dos dentes, disposta a desafiar os limites e provar que os contrários se completam.

Será?

Ao pegar a embalagem e botar no lixo, acho que não é nada disso, viajei novamente.

Encontro chateação onde aparece somente fome. E o que ela gostaria era de repetir o pote, sem nenhuma filosofia."
fabricio carpinejar
gosto muito!

27.4.10

" A vida se me é, e eu não entendo o que digo. Então adoro."
Clarice Lispector

16.4.10

a ultima do cauã, juro
despedindo.

"Qual é sua ideia de felicidade máxima?
Não existe felicidade máxima. Acho que ninguém sente isso. Você já sentiu felicidade máxima?"

vão ver lá todo o ensaio, aí ao lado, na tpm
adorável a ráfio fip, francesa
tem sido boa companheira.
dica da fofura do gui.

linkemo-nos
fui ser prego é muito bom!!!

"Você pratica muito esporte? Não luto mais. Cansei de brigar e fui surfar. Essa é uma análise que faço: como comecei a crescer como ser humano lutando, associava a luta com ser amado. Tipo: “Quando ganho campeonato, todo mundo me ama, meu pai me ama, pego as menininhas”. Em 2002, resolvi ser prego de novo. Não pegava onda bem e atuava muito mal. Larguei uma coisa que eu era bom, ótimo, e fui ser prego." Cauã R.

notaram como eu curti a entrevista?
nãããããooo, tpm
não mesmo!
na mesma entrevista com o cauã:
A explicação mal elaborada parece ser mesmo da tpm, não do moço. em itálico.
não vou nem comentar, mas , assim... ado aado cada um no seu quadrado. achei as chaves muito discretas...
por favor, né?

"Você sempre fez terapia? Fiz terapia reichiana [desenvolvida por Wilhelm Reich, que alia psicologia a bioenergia][linha tradicional da psicanálise, criada pelo francês Jacques Lacan] dos 14 aos 20 e tal. Em Paris, falava com a minha terapeuta por telefone. Aos 24, comecei a fazer análise lacaniana . A análise é muito boa para mim, até como ator. Tem ator que passa a vida toda pegando um pouco do que tem para entregar para os personagens. Passa a vida para chegar nessa verdade, nessa transparência. Tem atores que têm o talento, o dom. São os gênios, o Daniel Day Lewis, o Sean Penn. No Brasil, temos o Selton Mello, o Wagner Moura."