29.4.08

(Laerte - Gato e gata )
ou, Fidel e Ella

25.4.08


(foto do Junior, 2007.)

Grude

"As noites que não são contigo
eu não exatamente durmo,
eu rolo.
Você não há
não há desenrolar de coxas,
colchas e entremeios.
Não há dobrar de joelhos
se não para rezar.
Então semeio
uma concórdia de lençóis
uma não solidão de cafunés
nos cangotes uma não masturbação.
Adormeço
Você é o cheiro que ficou de nós
eu respiro pós dos sonhos
eu latejo
eu planejo
eu oro.
As noites que não são contigo,
eu não exatamente durmo,
eu enrolo."

(Elisa Lucinda)

Chico, no dvd Romance

"A música te conduz
A música te leva pra um estado assim... de exaltação
sentimental
Então são letras que eu não faria assim,
normalmente, sem música
São coisas que eu não escreveria,
teria pudor de escrever sem música
São coisas que eu não diria a seco
Mas com música vai
A música permite isso
Esses arroubos(...)
A música não quer inteligência
Essa música que eu to dizendo,
quando nasce assim,
ela quer ser uma canção de amor."

8.4.08

Asas do desejo

“Ainda existem fronteiras?
Mais do que nunca

Cada rua tem a sua linha divisória
Entre cada lote tem uma faixa de terra de ninguém disfarçada em forma de sebes ou valas.
Quem entrar cairá em armadilhas ou será atingido por raio laser
As trutas, na água, na verdade são arraias.

Cada morador ou proprietário pendura seu nome na porta como um escudo e analisa o jornal como se fosse um líder mundial.

O povo alemão se divide em Estados equivalentes ao número de cidadãos
E esses Estados individuais são móveis
Cada um leva o seu consigo e pede pedágio a quem quer entrar: uma mosca aprisionada em âmbar ou uma bolsa de couro.

Isso apenas para a fronteira mas, para ter acesso ao interior desses Estados é preciso ter senha.”

Trecho extraído do filme de Wim Wenders.
Sim, copiadinho, linha a linha, como fazíamos com as fitas antigamente.
Para aprender/apreender a letra, pequenos intervalos e alguma escrita.

5.4.08

Trecho

"Agora eu conheço esse grande susto de estar viva, tendo como único amparo exatamente o desamparo de estar viva. De estar viva - senti - terei que fazer o meu motivo e tema. Com delicada curiosidade, atenta à fome e à propria atenção, passei então a comer delicadamente viva os pedaços de pão."

Clarice Lispector